quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Engraçado como as lembranças fazem 
o tempo de bobo.  
Basta encontrar a letra dele
 em um livro. 
Identificar o seu perfume há tempos
 borrifado no cartão, 
 mas que teimoso insiste em não partir. 
Passar em frente ao 
restaurante que, 
de forma sagrada,  
‘pertencia’ aos dois. 
Ouvir a música que acariciava
 os momentos do reencontro... 
 E pronto! 
Feito um passe de mágica o ontem 
se mistura ao hoje 
em segundos, 
 sem preliminares, 
sem consentimento ou sedução. 
As lembranças invadem 
soberanamente o agora. 
 Escancaram a falta do que 
deixou de ser. 
Todas as pretensiosas regras 
que foram criadas 
e mensuradas para demarcar o tempo 
são desmascaradas. 
 Quem controla isso não é o relógio,
 mas o coração. 
 Somente ele. 

 - Lígia Guerra -

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