quarta-feira, 24 de abril de 2013


Se for me levar, que seja toda, 
pacote completo: 
qualidades, imperfeições e todo o resto. 
Não sou fragmentada, 
sou inteira, 
embora eu seja tanto errada. 
Se gostar de mim, 
que seja assim: 
inclusive e apesar dos defeitos que tenho. 
Como todo e bom ser da espécie humana, 
também tenho os meus dias ruins, 
os meus bad hair days. 
Dias em que o sol teima em não sair, 
dias de choro fácil e riso emprestado, 
dias em que as esquisitices me roubam
 a poesia e a impaciência vence a batalha 
contra a crença. 
E eu tenho medo de não 
ser quem sou – mais do que ser – pelo tanto que 
me desconheço. 
A minha inquietude mora no acaso 
e o conforto na certeza. 
Portanto, se for me levar, que seja toda, 
pois cansei de me desencontrar. 

- Gabriela Castro -


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