quinta-feira, 27 de outubro de 2011


ABSORTO

Amo-te, simplesmente, amo-te.
A cada palavra não dita, perdida, entre os devaneios do meu desejo.
Amo-te na gestação d'um verso, na sombra de um sorriso,
no silêncio que antecede o beijo.
Amo-te na face oculta de cada flor,  na estrela invisível ao meu olhar,
na onda a quebrar numa praia deserta.
Amo-te no tempo que já passou, no instante seguinte de minha morte.
Amo-te na hora mais incerta.
Amo-te assim tão completo e atento
que não apenas em meu peito
guardo-te também no esquecimento

(Marcelo Roque)

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