sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013



"Quando alguém se apropria 
de um texto sem dar os créditos ao autor, 
essa pessoa se apropria de
um momento, 
de uma história que a inspirou,
 da oscilação dos sentimentos,
 de trocas íntimas.
Ela se apropria de um abraço,
de uma vitória, 
de uma dor, 
de uma cura e de horas que foram
 dedicadas à 
elaboração daquilo. 
Ela se apropria de uma lembrança, 
de uma saudade, 
de uma angústia,
de uma solidão,
de um talento. 
Ela se apropria de algo que pode
 exemplificar exatamente 
o que ela queria dizer, 
mas que teria dito de outra forma. 
Ela não escreve uma história,
 ela escreve uma farsa... 
Compartilhar um texto é um ato 
de generosidade,
 porque se compartilha,
 antes de tudo,
uma nudez. 
E é essa honestidade que tantas
vezes desanuvia o coração 
de alguém que descobriu que não
 está passando pela mesma situação sozinho.
Compartilhar é uma forma de dar calor, 
de segurar a mão,
 de fazer um afago, 
de pedir colo.
 Por mais simples que seja um texto, 
ele sempre é fruto de 
muita leitura, 
estudo, autoconhecimento, conversa, 
observação e trabalho.
 Por isso, o autor merece respeito
 e consideração.
 Talvez algumas pessoas não saibam, 
mas textos são como filhos 
que a gente solta no mundo, 
mas todos eles têm uma certidão 
de nascimento, 
uma identidade, uma digital.
 E serão reconhecidos mesmo 
que desfigurados, 
porque têm DNA."

Marla de Queiroz

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