O coração da gente gosta de atenção.
De cuidados cotidianos.
De mimos repentinos.
De ser alimentado com iguarias finas,
como a beleza, o riso, o afeto.
Gosta quando espalhamos os seus brinquedos
no chão e sentamos com ele para brincar.
E há momentos em que tudo o que ele
precisa é que preparemos banhos de imersão
na quietude para lavarmos,
uma a uma, as partes que lhe doem.
É que o levemos para revisitar,
na memória, instantes ensolarados de amor
capazes de ajudá-lo a mudar a frequência
do sentimento.
Há momentos em que tudo o que precisa
é que reservemos algum tempo a sós com ele
para desapertá-lo com toda delicadeza possível.
Coração precisa de espaço.
[ Ana Jácomo ]
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