segunda-feira, 8 de abril de 2013



QUANDO A VIDA SORRI 

"Nem tudo é preto e nem tudo 
é branco na vida. 
Se muitas vezes temos a impressão que 
o mundo e todas as misérias dele 
recaem sobre nós 
é porque não olhamos com mais 
objetividade para nosso interior 
ou para os passos que deixamos para trás.

É próprio 
do ser humano - de grande parte - de revisitar
a vida mais facilmente nos momentos 
dolorosos. 
Vamos, passo a passo, 
revendo isso mais aquilo, 
sempre somando as tristezas.

Parece que queremos nos convencer da 
nossa razão de tristeza existencial, 
provar a nós e aos outros o quanto somos 
privados da felicidade que cremos 
(mas só cremos!) 
destinada a alguns privilegiados. 

Há cada ano quatro estações distintas que nos 
mostram que a vida está sempre 
em movimento. 
Há cada dia variações de temperatura 
e de luminosidade que provam que a vida não 
é estática. 
E é assim conosco.

Depois das primeiras horas, 
primeiros dias e primeiros anos muito e 
muito aconteceu. 

Por que então privilegiar os momentos onde a 
vida pareceu mais árdua, 
por que medir os rios de lágrimas que choramos 
e não os quilômetros de sorriso que demos? 

Mesmo se poucos 
(e o que é pouco na contagem de uma vida?), 
esses momentos existiram. 
Com certeza, existiram.

A vida sorri aqui e acolá. 
Sorri quando nasce uma criança, 
quando brota uma flor, 
quando as férias chegam, 
quando revemos alguém depois de longo tempo, 
quando nosso coração descobre a alegria de 
enxergar outro coração e assim 
por diante. 

Não fugindo da realidade que nos cerca e 
que devemos enfrentar, 
é bom relembrar o que de bom e bonito 
nos aconteceu. 
Visitar mais vezes nos recantos da mémória 
o bem que nos fizeram, 
o dia mais marcante, 
os momentos que compartilhamos e as 
gargalhadas que demos.

Devemos acreditar que no muro que está diante 
de nós pelo menos uma janela vai se abrir, 
assim como se abriram as portas pelas quais 
atravessamos e que nos conduziram 
até o hoje. 

Quando a vida nos sorri devemos tirar um 
retrato dela e colocar num 
grande quadro, 
bem visível no lugar que mais ficamos na 
nossa casa. 
E olhar pra ele mais vezes, 
mais intensa e mais profundamente. 

Um momento de felicidade pode ser muito maior 
e compensar centenas de outros menos alegres. 
Se acreditamos nisso vivemos muito mais 
e muito mais serenamente."

Letícia Thompson

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