quarta-feira, 15 de maio de 2013


Que cotidiano é esse que, 
quando me penso serena, 
vejo-me com pena de um alguém que nunca vi? 
Que horas são essas que se fazem tenebrosas 
por conta de uma visão abstrata de seres 
humanos catando vida pelas esquinas?
Que dança do além é essa em que um alguém 
convida ninguém pra nada?
A velocidade dos instantes já nem é tão veloz assim. 
O fim parece enfim ter um sentido 
de fim no próximo minuto.
Um absurdo que se faz luto nos dias, 
nas manhãs de pessoas descrentes de amanhãs.
Um rito de egoísmo exacerbado aqui, 
uma porção de indiferença ali, 
e o cardápio da frieza ao próximo 
está consumado.
Um rolar de dados parece ser caminho onde, 
se der número par, é um foda-se. 
Mas se der ímpar, 
é foda-se ao quadrado.
Não existe justificativa alguma para 
tamanho descaso, 
para tamanha overdose de vazios para um outro, 
qualquer que seja este outro.
Há de se ter um pouco, 
pouquinho mesmo que seja, 
de uma comiseração que enseja vontade.
Uma verdade que extrapole qualquer preguiça 
do espírito e realce uma coragem 
e razão de ser chamado de ser, 
por enquanto, humano.
Porque, 
a se considerar uma possibilidade 
de tempos cinzas, 
os seres zumbis poderão ser maioria. 
Um tiro na alegria, 
o desmaio da consciência, 
a morte da emoção.
Uma erupção de desesperanças emerge, 
e agora nem prece salva.
Faço então, minha parte.
Um olhar que diga que o verbo amar não morreu.
Um sorriso na ponta dos lábios, 
onde até os menos sábios encontrarão esperança.
Uma palavra que não cansa, 
mas que diz o motivo de tudo: Deus!
Que Ele nos ilumine.
Que todo recomeço seja um tropeço 
que não deu certo.
Então seguimos. 
Tentando, fazendo, acreditando.

Dan Cezar

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