terça-feira, 1 de novembro de 2011

A BRUXA

Tu andas de alma em alma errando, errando,
como de santuário em santuário.
És o secreto e místico templário.
As almas, em silêncio, contemplando.
Não sei que de harpas há em ti vibrando, que sons de peregrino estradivário.
Que lembras reverências de sacrário, e de vozes celestes murmurando.
Mas sei que de alma em alma andas perdido,
atrás de um belo mundo indefinido.
De silêncio, de Amor, de Maravilha.
Vai! Sonhador das nobres reverências!
A alma da Fé tem dessas florescências,
mesmo da Morte ressuscita e brilha!
 
Carlos Drummond de Andrade

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