quarta-feira, 25 de julho de 2012


Desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito.

É rede a tua língua
em sua teia
é vício as palavras
com que falas.

A trégua
a entrega
o disfarce.

E lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes.

Desperta-me de noite
com o teu corpo
tiras-me do sono
onde resvalo.

E eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vai descobrindo vales.

(Maria Teresa Horta)

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