quarta-feira, 25 de julho de 2012


Trago-te nas linhas das minhas mãos
cujas veias assimétricas entoam cânticos de galos
que embriagados de silêncio
bicam os meus loucos desejos molhados com o nascer da aurora.

Dissolves-te
em transparências de pura seda cravadas nas impressões digitais
que sofregamente beijas
sem respeitares nunca os sinais.

Apesar do stop,
tu avanças.
Lambes-me o céu-da-boca.
Mordes-me os lábios sedentos.
Enrolas-te na minha língua.

Encontro-te.
Desejo-te.
Afago-te.
Devoro-te!

Enterneço-te
com o feitiço das minhas mãos que te amam em alvoroço
percorrendo a auto estrada da tua pele
como se eu fosse a abelha e tu o mel
no oásis do teu corpo todo aberto ao cardume
dos meus desejos.

(Vóny Ferreira)

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