sexta-feira, 29 de julho de 2011


O que me compõe é tudo o que minha alma já viveu.
É tudo o que meu corpo já sentiu.
É o que eu me lembro, sonho, sinto:
Amores, dores...
Medos, vícios.
É o que eu crio para mime o que eu tiro...
Desmorono...
E o que fica é só o verdadeiro:
Componho-me.

O que me habita é tudo o que eu consinto.
Tudo que é intrínseco, eu convivo.
Todos os “eus” me habitam.
E todos eles gritam...
Fugas, fogueiras, fuzuês...
Habitam-me todos os sexos...
Crenças, cores, quereres...
E eu não fujo:
Habito-me.

O que eu conheço é o que eu busco
e eu busco só o total...
O que toca fundo,
o que tem sentido.
Meio termo,
meio passo, meio vivo;
O meio me faz mal.
Quem não se conhece aceita qualquer coisa...
Não conheço o caminho,... Mas hei de seguir...
Não sei do mundo,
mas sei de mim:
Conheço-me.

O que eu permito é tudo que me eleva.
Se não engrandece,
não me acrescenta: desce!
A luz e a sombra me somam,
me mostram, me são.
Sou o doce e o veneno,
não há o que escolher...
Verso e inverso, yin-yang,
eu me completo.
Não me tiro:
Permito-me.

Tudo que minha alma já viveu me compõe.
E o que me compõe habita em mim.
E o que habita em mim,
eu conheço.
E o que eu conheço eu permito.
E o que eu permito, é.
Eu Sou.
Permito-me!

Carolina Salcides

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