quarta-feira, 28 de março de 2012


Amanheces em meus olhos e despertas-me à vastidão do mundo.
Cabes em todas as minhas horas mesmo no esmaecer do dia.
 Lasso, lânguido e furtivo sob os olhares de aceno da noite.
Permaneces em minha retina quando se abranda a luz.
E as cores pálidas ainda se miram no espelho da aquarela do horizonte.
 Num céu longínquo de nuvens inexprimíveis
que talvez nunca te digam sobre mim.
É em mim que sempre estás
 quando as mãos desdobram-se escrevendo o que não alcançam.
E deixo o meu silêncio em teus lábios.
 Não existem pessoas, vozes ou gestos somente a melodia
de cada palavra.
 Vibrando em notas de saudade que tocam em minha boca.
 Os acordes que desejam teus beijos

(D.A.)

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