terça-feira, 27 de março de 2012


No meio das palavras

Quando, nos lábios, começa um continente,
suspenso no apelo líquido dos beijos,
há um barco que cresce nos meus olhos e,
entre búzios verdes, escrevo água.

Nunca a brisa se demora entre as dunas,
onde os barcos navegam sobre a espuma.

Tudo é secreto, se maio se repete nas marcas da pureza recusada.

Um rosto ou um rio me fascinam,
quando a raiva e o sossego me revelam a nascente e,
no meio das palavras,
procuro apenas um gesto ou uma sombra.

_Graça Pires_

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Bjos
____________June

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