segunda-feira, 30 de abril de 2012

Não te quero senão porque te quero, e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero, odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro, roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda

Um comentário:

  1. Não te quero senão porque te quero, e de querer-te a não te querer chego,
    e de esperar-te quando não te espero,
    passa o meu coração do frio ao fogo.
    Quero-te só porque a ti te quero, odeio-te sem fim e odiando te rogo,
    e a medida do meu amor viajante,
    é não te ver e amar-te,
    como um cego.

    Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
    seu raio cruel meu coração inteiro, roubando-me a chave do sossego,
    nesta história só eu me morro,
    e morrerei de amor porque te quero,
    porque te quero amor,
    a sangue e fogo.

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