Deixa pra lá.
Um olhar seria o bastante para relembrar à pele que as minhas
memórias continuam as mesmas,
sensíveis à dor de um laço solto no ar.
E dentro de mim ainda existe um milagre
que faz tudo apertar - à margem de uma mensagem despretensiosa.
Deixa pra lá.
Eu nem queria mobilizar todos os meus horizontes.
Nem queria me perder do eixo para sentir
o coração mais perto.
E se alucino, é porque ainda não consigo segurar
o olhar por tanto tempo.
Mas eu não estou insinuando um pedido de volta.
Deixa pra lá.
E cuide desse alumbramento que fica quando a saudade termina.
Quando a vida tende a significar uma presença qualquer,
numa hora dessas.
Enquanto trocamos as posições,
os motivos e os nomes.
Deixa.
Priscila Rôde
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