'Já não há Domingos…'
Todas as vidas gastei para morrer contigo.
E agora esfumou-se o tempo e perdi o teu passo
para além da curva do rio.
para além da curva do rio.
Rasguei as cartas.
Em vão: o papel restou intacto.
Só os meus dedos murcharam, decepados.
Em vão: o papel restou intacto.
Só os meus dedos murcharam, decepados.
Queimei as fotos.
Em vão: as imagens restaram incólumes
e só os meus olhos se desfizeram, redondas cinzas.
Em vão: as imagens restaram incólumes
e só os meus olhos se desfizeram, redondas cinzas.
Com que roupa vestirei minha alma agora que já não há domingos?
Quero morrer, não consigo.
Depois de te viver não há poente nem o enfim de um fim.
Depois de te viver não há poente nem o enfim de um fim.
Todas as mortes gastei para viver contigo.
Mia Couto
Um beijo...
______June
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